Emponderamento Política da Mulher em discussão em Maputo

Decorre entre os dias 8 e 9 de Agosto de 2023, o workshop de Emponderamento Política da Mulher sob o lema: Desperta! Sem Mulher não há Democracia. Participam mais de uma centena de mulheres de todas as esferas, nomeadamente, política, economica, social, académica, CNE e agências das Nações Unidas, Alto Comissariado do Canadá e a Embaixada da Noruega. O workshop e organizado pelas Associações ADER, AMMCJ, AMMM, JOINT com apoio do PNUD e da União Africana.

As mulheres não estão em condições de igualdade com os homens por razões várias, desde institucionais, culturais e sociais. É preciso assegurar que o processo de educação seja garantido, pois as mulheres acedem tardiamente a educação e aos postos de trabalho porque a mulher tem tido a missão de cuidar da família e o homem e provedor do trabalho remunerado. Apesar das mulheres terem estudado, elas têm dificuldades a acederem ao mercado de trabalho e também tem as posições precárias e consequentemente os salários também são baixos.

A todos os níveis as mulheres as vezes devem trocar o seu corpo em troca de qualquer favor. Mesmo quando se trata de apoios humanitários.

As mulheres e os homens podem estar onde quiserem estar, a todos os níveis, desde que tenham condições e competências exigidas” – Dra. Vitalina Papadakis, Juíza Desembargadora, na intervindo no workshop sobre Empoderamento Político das Mulheres e Moçambique.

Em Moçambique a participação da mulher ainda é insignificante na área do ensino superior e tecnológica. Setenta e três por cento são homens e 28% mulheres. O acesso ao ensino superior e caracterizado por questões tradicionais, culturais e sócio-políticos. Mesmo no campo de conhecimento não existe uma igualdade no número de homens e mulheres que fazem cursos tecnológicos. Pode identificar-se este problema também na maioria dos partidos políticos, onde apesar destas serem a maioria não ocupam cargos de liderança”. Dra. Ana Piedade da Direção Nacional do Fundo de Investigação do Ministério da Ciência e Tecnologia.

“Todos os moçambicanos têm direito a voto, independentemente do seu estado social. As normas e padrões internacionais sobre a participação política todos tem o direito de tomar parte na direção dos negócios públicos. E as eleições são eventos de direitos humanos e estas devem ser livres, justas, genuínas e periódicas.

Se não há espaço para todos na direção dos assuntos públicos, há problemas de direitos humanos”. Dra. Ivete Mafundza Espada, do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

O primeiro desafio da mulher deficiente é a inclusão. Essa falta de inclusão não parte de terceiras pessoas, mas sim da própria pessoa deficiente. Eu não sou deputada por ser deficiente, mas sim porque tenho competência e capacidade mental. O segundo desafio é a acessibilidade das pessoas deficientes que usam cadeiras de rodas. Pelo facto de eu não ter braços, para votar preciso de um acompanhante. A cabine de votação é muito alta e o cadeirante não consegue alcançá-la. O terceiro desafio é dos deficientes visuais que tem dificuldades de perceber o tipo de medicamento que compra na farmácia porque não há condições para a leitura em braile quer da receita como do folheto que explica sobre a medicação.

A descriminação social é a primeira barreira. Os transportes públicos e os edifícios quer públicos como privados não têm condições adequadas para a acessibilidade das pessoas com deficiências.

Barreiras e limitações são meras palavras. O mais importante e a atitude. Saber impor-se e a chave do sucesso. Não é a toa que sou deputada, fui a luta! Mércia Viriato Licá, Deputada da Assembleia da República.

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