Maputo acolheu recentemente o I Fórum Municipal da Família que decorreu sob o lema: “Por Um Município Próspero – Juntos Engajados no Fortalecimento do Bem Estar Social da Família”. Participaram no fórum, representantes religiosos, políticos, académicos, sociedade civil e o sector privado. O encontro teve como objectivo reflectir sobre a importância da família, seu papel e influência na construção de um município próspero e uma sociedade mais justa e solidária.
Na sessão da abertura do I Fórum, a Vereadora da Mulher, Assistência Social e Família, Anabela Inguane, disse: “Precisamos de todos para que trabalhem lado a lado, mas com um propósito comum: fazer de Maputo uma cidade mais justa, humana e próspera para todos”
“A finalidade do fórum é de harmonizar a actuação do Conselho Municipal de Maputo, Governo da Cidade, parceiros nacionais e internacionais para alcançar-se o bem-estar da Mulher, da Criança e da Família, eliminando todas as formas de discriminação contra estes grupos. ‘’ Afirmou Rasaque Manhique, Presidente do Município de Maputo, durante a abertura do Fórum Municipal da Família.
No encontro, observou-se que embora haja algum registo de mudanças positivas na união das famílias, ainda se enfrentam situações de desvalorização, desrespeito, discriminação e preconceito à mulher, ao idoso e à pessoa com deficiência.
Entretanto, Hachimo Chagame, psicólogo clínico e docente, durante o encontro falou da necessidade de criação de observatórios em Maputo como espaços para o encontro de instituições e organizações que lidam especificamente com a família, cuja finalidade é partilhar experiências e estabelecer estratégias mais específicas para garantir esse bem-estar da família.
‘’Os problemas socias são complexos e, isso dificulta a criação de soluções definitivas. Embora existam sistemas, leis e princípios criados, mas ainda são ineficientes porque os problemas sociais estão relacionados com a consciência do indivíduo. Numa família, é crucial a forte intervenção dos pais e outros membros familiares para o êxito na resolução dos vários problemas sociais, especificamente os familiares‘’, reiterou Isilda Maibase. ‘’As políticas são poucas e frágeis, e o estado pouco tem investido nas soluções. Alguns dos problemas actuais, já existem há longa data. É necessário um olhar mais atencioso para várias fragilidades que afectam a sociedade do modo a buscar-se soluções para o com isso firmar o fortalecimento dos grupos familiares e dos centros de apoio’’, disse José Carlos Sumeia, representante da Associação Kulima.

Lobolo é um laço de união entre famílias, Julieta Langa
Coube à Presidente da Associação de Mentoria da Mulher dos Media – AMMM, Julieta M. Langa falar sobre o Lobolo, Amor versus Violência. Na sua intervenção chamou a atenção para o significado social do lobolo, alertando sobre a forma como esta prática tradicional tem sido, em alguns casos, deturpada.
Segundo Julieta Langa, o lobolo que historicamente representa um laço de união entre famílias, tem sido, por vezes, mal interpretado e encarado como uma mercadoria, o que distorce o seu verdadeiro valor cultural.
“A prática do lobolo não deve ser vista como um simples passaporte para o amor, nem tão pouco justificar actos de violência. Precisamos olhar para ela como uma verdadeira instituição social que junta famílias e reforça laços”, afirmou Julieta Langa. A oradora destacou ainda a importância de preservar e respeitar os valores associados ao lobolo.
O Fórum da Família foi organizado pelo Conselho Municipal de Maputo em cooperação com a AMMM representante da One Billion Rising e as associações Hixicanwe, FAMOD e Khandlelo.
